Roraima está em alerta de alto risco para Dengue
- ranioralmeida
- 16 de jul.
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O Estado registra um aumento significativo nos casos suspeitos da doença durante o primeiro semestre de 2025, se comparado ao mesmo período do ano anterior.
Por: Matheus Rocha e Kailane Souza

Em 2025, o número de casos começou maior e subiu continuamente até a (semana epidemiológica) 22, com 25 casos. A diferença entre os dois anos aumenta significativamente após a SE (semana epidemiológica) 10, sugerindo maior circulação viral em 2025.
O número de casos de dengue em Roraima aumentou nos primeiros seis meses de 2025. De janeiro a maio, foram registrados 1.069 casos suspeitos da doença, com 251 considerados prováveis. Isso representa um aumento de 41% em comparação ao mesmo período de 2024, segundo boletim da Secretaria Estadual de Saúde. Até 16 de junho, o Estado somava 317 casos prováveis, com duas mortes confirmadas e outra ainda em investigação.
O crescimento preocupa a Coordenação Geral de Vigilância em Saúde, que identificou circulação simultânea dos quatro sorotipos do vírus da dengue no estado. A coordenadora Valdirene Oliveira explicou que, embora o tipo 1 seja o mais comum neste momento, a presença dos demais amplia o risco de reinfecção. “Todos nós estamos suscetíveis. Crianças e jovens que nunca tiveram contato com esse sorotipo estão mais expostos. Mas quem já teve dengue anteriormente continua vulnerável, porque pode contrair os outros tipos”, afirmou.
Foi o que aconteceu com Reginaldo Pereira, de 36 anos, morador da zona Oeste de Boa Vista. Ele teve dengue hemorrágica após já ter contraído a doença anos antes. “Tive febre alta, dor no corpo e no segundo dia comecei a sangrar pelo nariz. Quando fui ao hospital, me disseram que se eu tivesse demorado mais, poderia ter sido pior”, contou. Reginaldo ficou internado por três dias e precisou de hidratação intravenosa. “Depois disso, comecei a cuidar muito mais do meu quintal.”
De acordo com Valdirene Oliveira, 80% dos municípios de Roraima estão com alto índice de infestação pelo mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus. Os principais criadouros ainda são encontrados nos quintais das residências, com destaque para o lixo doméstico acumulado. “A prevenção depende da eliminação desses focos: pratinho de planta, bebedouro de animais, tampas de garrafa. São pequenos objetos que, se contiverem água parada, viram ambiente ideal para o mosquito”, explicou.
A servidora pública Ana Cristina, já inclui esses cuidados na rotina. Ela possui diversas plantas no quintal de casa como forma de decoração. Para ela, o principal cuidado é não utilizar os pratos embaixo dos vasos de planta. “O cuidado é diário. Aqui em casa minhas plantas não tem o pratinho em baixo justamente para não ter acúmulo de água e como consequência gerar mosquito da dengue.” Cuidados como esse, são fundamentais para evitar a proliferação do mosquito, principalmente em períodos chuvosos. “Todo cuidado é pouco nesta época de muitas chuvas em Boa Vista. É necessário tomar cuidado”, ressaltou.

Mosquito Aedes Aegypti - Créditos: via Freepik
Boa Vista também registrou aumento expressivo de casos nas primeiras 12 semanas do ano, passando de 41 para 110 notificações, uma alta de 168%. O dado coloca a capital acima do limite histórico de incidência para o período. Apesar de uma leve redução nos registros em outros municípios no início do ano, a tendência agora é de crescimento, o que mantém o Estado em alerta para uma possível epidemia.
A recomendação das autoridades e Ministério da Saúde é clara: manter quintais limpos, eliminar recipientes que possam acumular água e procurar atendimento médico ao perceber sintomas como febre, dor no corpo, vômito, dor de cabeça ou manchas na pele. A notificação rápida e a hidratação adequada continuam sendo as principais estratégias para evitar complicações.



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