top of page

Miauterapia: estudos apontam que gatos também podem ter efeito terapêutico

ree

Foto:  larisa Stefanjuk | Shutterstock


Por Juliana Mourão


Apesar da fama de “insensíveis” e “antissociais”, gatos vêm sendo uma alternativa como animais de apoio emocional para pacientes com ansiedade e depressão. Pelo menos é o que apontam estudos realizados por universidades estrangeiras. 


Segundo a Universidade Estadual de Washington, nos Estados Unidos, os felinos podem ter efeito terapêutico, uma vez que a calma e os “barulhinhos” produzidos pelos animais podem aliviar o estresse e gerar conforto.


Essa informação é confirmada pela psicóloga Clarice Piragibe, que complementa dizendo que cuidar de um pet pode ajudar no tratamento de doenças psicológicas por estimular uma rotina e propósito. 


“Ter um pet em casa pode beneficiar a saúde mental de algumas formas. Primeiramente, a companhia, por si só, já diminui os níveis de estresse. O afeto, as brincadeiras, e as eventuais coisinhas engraçadas ou fofas que o gato faz proporcionam momentos de descontração durante o dia, e isso ajuda na melhoria do estado de humor de uma forma geral”, afirma Clarice. 


A especialista ressalta ainda que os benefícios não se limitam a relação entre o felino e o tutor, mas também pode abrir espaço para interações com outros ‘pais de pet’. “Um pet pode ser um tópico de conversa, aumentando a interação com o ciclo social, e possivelmente fortalecendo a rede de apoio dessa pessoa”, complementa. 


“Mas gatos não são ‘egoístas’?” Especialistas explicam que não é bem assim


Os felinos podem apresentar um comportamento mais instintivo como predadores, conforme podemos observar em outros animais dessa espécie, como tigres e onças. Porém, a médica veterinária Gabriela Urbina explica que eles podem dar sinais de que a companhia dos tutores também está sendo prazerosa para eles. 


“Um gato que está ao lado do tutor, e expõe a barriguinha para cima, é um sinal que ele está super à vontade naquele momento, porque ele poderia ser atacado, digamos assim. Mas ficar perto, se esfregar, lamber, ronronar... Tudo isso são sinais que o gato está à vontade”, contou a veterinária.


Para Luisa Stela, adotar duas gatinhas foi essencial para que a rotina se tornasse mais alegre. Após decidir morar sozinha, a produtora audiovisual de 26 anos sentiu falta de dividir o lar com animais, algo que era acostumada desde a infância. Hoje, as companheiras de quatro patas deixam a casa mais completa.


"Todo mundo que eu conheço que tem um gatinho diz o quanto é uma companhia gostosa, né? De estar ali perto, de ter muito carinho. Às vezes as pessoas dizem que gatos não têm muito sentimento, mas eles têm sim. Eles têm uma linguagem diferente, mas demonstram muito carinho", contou Luisa. 


Já um estudo feito pela Cornwall College, do Reino Unido, aponta que a companhia dos bichanos pode ser benéfica até mesmo em sintomas físicos, como a melhoria no metabolismo. Afinal, um pet também requer adaptações na logística da casa. Para Luisa, esse foi outro ponto positivo. 


"Um bichinho requer cuidado. Na questão do meu dia a dia, mudou muita coisa porque a rotina precisou estar incluindo elas, né? Tem a alimentação, a limpeza, tem que lembrar de trocar a água, ver se está tudo bem. Então a gente começa a organizar o tempo pensando também neles. Não é só chegar em casa e descansar, tem que cuidar. Mas, ao mesmo tempo, isso me fez bem. Me deu mais responsabilidade, me tirou um pouco da cabeça o tempo todo nos problemas, e trouxe uma rotina mais leve, com pausas para dar carinho, brincar... isso faz diferença."


Quem se rende aos gatos, não nega os benefícios de ter um companheiro com bigodes e quatro patas


Durante a produção dessa reportagem, as especialistas também relataram sobre o apego que cada uma tem ao próprio gato. Para a veterinária Gabriela, o momento de “chamego” com a gatinha é quase um ritual após um longo dia, ao chegar em casa. 


ree

À esquerda a médica veterinária Gabriela Urbina e à direita a gatinha dela (Foto: Arquivo Pessoal)


“Eu fiquei um período em casa e ela sempre foi muito grudada a mim. Quando voltei a trabalhar, todo dia que eu chegava em casa, precisava ficar pelo menos meia hora parada para ela deitar em cima de mim e ronronar. Depois disso, pronto, eu podia fazer tudo. Mas todos os dias tinha que ter esse tempinho com ela.”


Já para Clarice, Marie gosta de brincadeiras agitadas, o que também é um momento especial. 


“Ela tem vários picos de energia e começa a ‘atacar’ quem estiver passando, mas tem seus momentos de chamego também, só que mais pontuais (risos). Para mim, é muito gostoso chegar em casa e ser recebida por um serzinho ronronando porque eu cheguei, brincar e dar atenção, preenche o dia com mais alegria”, compartilhou a psicóloga. 


ree

Clarice e sua companheira Marie (Foto: Arquivo Pessoal)



 
 
 

Posts recentes

Ver tudo

Comentários


Logo 2.png
  • Spotify
  • Instagram
  • Twitter

© 2025 

bottom of page