Fenômeno no Brasil, prática do futevôlei ganha espaço em Boa Vista
- ranioralmeida
- 2 de jul.
- 3 min de leitura
Esporte amplia sua visibilidade na capital roraimense, mas ainda enfrenta obstáculos.
Por Lucas Aires e Wesley Vieira

O futevôlei vem se consolidando como um dos esportes mais praticados no Brasil, especialmente nas últimas décadas. Popularizado desde os anos 90, quando jogadores do futebol profissional como Romário, Renato Gaúcho e Ronaldinho Gaúcho aderiram à prática, o esporte foi além das praias e passou a ocupar quadras poliesportivas, arenas privadas e outros locais improvisados.
Segundo levantamento realizado em 2022 pelo Ibope Repucom em parceria com a World Footvolley, 44% dos brasileiros se declaram fãs ou praticantes da modalidade, o que representa cerca de 50 milhões de pessoas em uma estimativa de 110 milhões. A pesquisa também aponta que as mulheres representam metade desse total, e que a maior parte dos adeptos está na faixa etária entre 18 e 39 anos (62%), o que evidencia o potencial de crescimento e o perfil de quem pratica.

Em Boa Vista, o cenário acompanha essa tendência nacional. A prática vem ganhando espaço em diferentes bairros da cidade e incentivando a criação de novos espaços de treinamento.
Um dos nomes que contribuem com a expansão da prática na capital roraimense é o treinador Ruan Serra. À frente do CT 095, ele organiza um projeto voltado à formação de atletas e ao fortalecimento da modalidade.
No áudio a seguir, Ruan compartilha sua trajetória e o início dos trabalhos no CT.
Para o treinador, o aumento no número de praticantes está diretamente ligado à expansão dos esportes de areia na capital, e à facilidade de acesso às quadras públicas. A presença de espaços bem distribuídos em praças da cidade tem contribuído para tornar a modalidade cada vez mais democrática e inclusiva.
Apesar da adesão crescente, a ausência de um calendário definido e de competições regulares dificulta o desenvolvimento de atletas que desejam competir em alto nível. Segundo Ruan, a solução passa pela elaboração de projetos que possam atrair investimentos.

“Acredito que com um projeto certo ali você pode estar apresentando para os patrocinadores e eu tenho certeza que um projeto bem feito, algo bem pensado, você vai conseguir total apoio e poder alavancar ainda mais tanto a marca quanto o esporte aqui na nossa capital”, complementa.

Um desses talentos é Gustavo Santos, que viu no futevôlei uma oportunidade de se manter conectado ao esporte. O jovem atleta amador acredita que a modalidade pode abrir portas para outras pessoas.
“Comecei a jogar em meados de 2022 para 2023. Eu tinha um amigo que jogava futevôlei, e eu tinha curiosidade de saber como era. Ele me indicou um CT que tinha, comecei a jogar lá com ele e tal, fui pegando o gosto pelo esporte e estou aí até hoje”, afirma.
Gustavo viveu de perto a ampliação do cenário local, com o surgimento de novos centros de treinamento, aumento no número de praticantes e maior presença nas praças e arenas. Mas junto com a expansão, também surgem obstáculos que dificultam sua estruturação.
O caminho para a ampliação do futevôlei em Boa Vista passa por iniciativas que garantam organização, estrutura e visibilidade - pontos que também são levantados por quem acompanha o esporte de perto.
O jornalista Bernardo Silva enfatiza o potencial de expansão e atração que a modalidade tem adquirido nos últimos anos, destacando a popularidade dos esportes praticados com bola - como o futebol, o vôlei e o basquete - e os espaços apropriados para a atividade em Roraima como fatores que contribuem com esse crescimento.
“O futevôlei é um esporte praticado com bola, é isso é mais atraente, pois nós, brasileiros, temos na memória que o esporte passa por bola. Então o futevôlei tem muito espaço para crescer aqui no nosso estado. Tem muitos espaços adequados para a prática do futevôlei”, salienta.

Radialista esportivo Bernardo Silva. (Foto: Wesley Vieira)
Bernardo também aponta a falta de planejamento e divulgação por parte dos organizadores de eventos como um obstáculo a ser superado, reiterando a importância da imprensa esportiva local.
“Precisa, de novo, as pessoas que promovem os eventos chamarem o futevôlei, chamar a imprensa para divulgar. Você pede um cartaz, um calendário mínimo, básico, não tem. E aí como é que você vai dar continuidade ao assunto se não tem o mínimo ali para informar? Mas, sim, tem espaço - e muito - para crescer”, finaliza.



Comentários