Feirinhas Culturais da UFRR: Um Impulso ao Empreendedorismo Local
- ranioralmeida
- 16 de jul.
- 3 min de leitura
Atualizado: 17 de jul.
Além de promover cultura e integração no campus, os eventos abrem espaço para marcas locais ganharem visibilidade e garantir renda extra.
Por Aline Kadija e Karina Paloma

Kelly Andressa, Pedro Souza, Socorro Guimarães. Foto: Aline Kadija
Barracas coloridas, produtos artesanais, sabores caseiros e a chance de conhecer histórias inspiradoras de quem encontrou no empreendedorismo uma nova forma de sustento. As feiras culturais realizadas na Universidade Federal de Roraima (UFRR) têm se consolidado como muito mais que um evento de lazer: elas funcionam como uma verdadeira vitrine para pequenos empreendedores da capital.
É o caso da professora de educação física Kelly Andressa, que, nas horas vagas, se dedica à venda de semijoias com a loja virtual “Mania de Mulher”. Participando de mais uma edição da feirinha na universidade, ela comemora a oportunidade de estar presente em um espaço tão receptivo.

Kelly Andressa. Foto: Karina Paloma
“Já participei outras vezes e sempre faço questão de voltar. Aqui a gente capta clientes novos, é um ambiente muito acolhedor. Me sinto em casa. Essa chance que a universidade dá para a gente é algo que eu abraço com os dois braços”, conta Kelly, que atua no ramo há dois anos e vê no evento uma oportunidade de reforçar a renda mensal.
Para alguns, como Pedro Souza, conhecido como “Pepeu”, o espaço representa bem mais que uma renda complementar. Após sair da antiga empresa onde trabalhou por 17 anos como concursado, ele decidiu empreender em 2020, no auge da pandemia. Foi assim que nasceu a marca “Geleia do Pepeu”, que hoje é sua principal fonte de renda.

Pedro Souza. Foto: Aline Kadija
“Eu produzo tudo sozinho em casa. Ainda não tenho loja física, mas quero expandir. Além de vender, eu também organizo feiras artesanais. É um trabalho que me trouxe muita gratificação”, afirma Pedro, que aposta na criatividade e no sabor para atrair novos clientes.
A doceira Socorro Guimarães, fundadora da “Cats Cake”, também encontrou nas feiras da UFRR uma forma de continuar alimentando seu sonho. Ela vende bolos, biscoitos e quitutes afetivos há oito anos e participou pela segunda vez da feira, desta vez na edição com temática junina.

Socorro Guimarães. Foto: Aline Kadija
“Depois que enfrentei uma depressão em 2016, aprendi a fazer bolos e nunca mais parei. Hoje, essa é minha principal fonte de renda. Tenho parcerias com alguns pontos de venda pela cidade, mas ainda não tenho loja física. Estar aqui na universidade é uma chance maravilhosa de apresentar meu produto e conquistar novos públicos”, conta.
Apesar da experiência positiva, Socorro também apontou um desafio: lidar com a diferença de perfil do público universitário. “São pessoas mais jovens, e alguns acham meu produto caro. Eu entendo que pode não caber no bolso de todo mundo, mas cada pessoa que prova gosta muito”, desabafa.
Da informalização para a formalização
Para quem atua como empreendedor informal, iniciativas como as feiras culturais são também uma porta de entrada para a formalização. Segundo a funcionária do setor de atendimento do Sebrae Roraima, Leiliane Melo, muitos empreendedores ainda desconhecem os benefícios e a simplicidade de se registrar como Microempreendedor Individual (MEI).
“A recomendação do Sebrae para quem já trabalha com alguma atividade empreendedora é sair da informalidade. O processo de abertura como MEI é o menos burocrático e traz muitas vantagens, como acesso a crédito, aposentadoria, emissão de nota fiscal e direitos previdenciários”, explica.
Ela também alerta que, apesar dos impostos cobrados do MEI, o valor mensal é baixo se comparado às outras categorias jurídicas.
Para formalizar um pequeno negócio, os documentos exigidos são simples:

Cartela com documentação necessária para formalização. Cartela: Aline Kadija



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