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Fanatismo e Cultura de Fãs: Os Limites Entre Admiração e Obsessão

Por Mikaelle Rêgo Buff


Foto: Reprodução/Twitter
Foto: Reprodução/Twitter

A admiração por artistas sempre fez parte da cultura pop, com criação de fandons, comunidades, mas com o crescimento das redes sociais, essa relação ganhou uma nova proporção. Ser fã deixou de ser apenas sobre gostar de uma música ou filme, virou estilo de vida, identidade, e em muitos casos, obsessão.


Nesta matéria, conheça relatos sinceros de fãs, análise de um especialista e o impacto que essa admiração pode causar na vida pessoal, emocional e social.


O laço emocional com os ídolos:


Para muitos fãs, os ídolos não são apenas artistas: são companhias em momentos difíceis, e até mesmo um refúgio


O estudante de direito Gabriel Ronald, fã da banda One Direction (Directioner), compartilhou como a relação com o grupo marcou sua vida e como o falecimento de Liam Payne ex-vocalista da boyband One Direction o afetou em parte sua vida pessoal:


“O constrangimento que causou foi que o Liam Payne faleceu, né? E aí algumas pessoas não entendiam, tipo, o tanto que eu gostava dele, e aí nesse sentido gerou constrangimento.”


Gabriel também comenta sobre os julgamentos que sofreu:


“Eu já ouvi essa frase ele nem sabe quem você é inúmeras vezes, principalmente porque eu sempre brinquei dizendo que o Liam era o meu primeiro amor e tal, e mesmo sendo só um cantor, fez parte da minha vida sabe, ajudou a mudar o meu caráter.”


Ao ser perguntado sobre continuar sendo fã Gabriel declarou :


áudio 1 gabriel

E quando a paixão gera brigas? 


Em alguns casos mais intensos, o fanatismo pode interferir até nas relações pessoais. O estudante de Jornalismo Alan Jorge, fã da cantora Taylor Swift, relata um desentendimento com um amigo que acabou com o fim de uma amizade:


“já briguei também com esse amigo meu por conta de um post que ele fez no Twitter criticando a Taylor […], até que a gente brigou por umas três vezes e aí acabou a amizade e enfim, eu saí em defesa dela, claro.”

Mesmo sem participar de comunidades de fãs, Alan reconhece a importância dessa rede:


“Eu não participo ativamente num grupo de fãs ou de uma comunidade, […] Eu acho muito interessante que tem fãs espalhados por todo o Brasil e que nos conectam a partir de uma artista.”


Alan por fim acrescenta:


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Quando a admiração deixa de ser saudável?


Segundo o psicólogo Pedro Henrique Rocha Silva pós-graduado em Neuropsicologia e Terapia Cognitiva Comportamental e Análise Comportamental explica a diferença entre admiração saudável e obsessiva:


“a admiração saudável é apreciar o talento do artista, achar legal o que ele faz, se identificar com seu tipo de arte, mas quando passa a ser alguém que você quer ser, alguém que você chega a colocar acima de coisas importantes em sua vida, como trabalho, amigos, família e até de você mesmo se torna algo obsessivo.


Ele explica que o comportamento pode ser agravado pelas redes sociais, dão uma ilusão de proximidade, :


“a sensação da amizade imaginária, a falsa conexão, a pessoa achar que algo está sendo feito por ela, […] A pessoa quer sempre estar online, atualizada, vendo tudo em tempo real. Quando não consegue, ela sente ansiedade, irritação e até abstinência emocional. É um tipo de vício comportamental do comportamento.”

E declara sobre existir algum tipo de perfil comportamental que seja mais vulnerável a ser um fanático:


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A experiência de ser fã:


Foto/Reprodução: Twitter
Foto/Reprodução: Twitter

Ser fã é uma experiência única, pode unir pessoas, ajudar em momentos difíceis e inspirar mudanças. Mas, como tudo na vida, é preciso equilíbrio. Quando o amor por um artista começa a interferir nas relações, na saúde mental e no bem-estar, talvez seja hora de reavaliar os limites dessa admiração.


Para saber mais:



 
 
 

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