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Corrida 9 de Julho: como o aniversário de Boa Vista virou símbolo cultural da corrida de rua

O maior evento esportivo da capital de Roraima marca seus 125 anos valorizando a cultura, saúde, estilo de vida e lazer


Por: Vinícius Santos Picanço


Foto: Vinícius Santos / Arquivo pessoal 
Foto: Vinícius Santos / Arquivo pessoal 

A Corrida 9 de Julho chegou à sua 23ª edição e se consolida como o evento esportivo mais aguardado do ano, comemorando os 135 anos de Boa Vista. De 6 a 9 de julho, a capital de Roraima vira palco para diferentes provas: as tradicionais categorias 5 km e 10 km, além da Corridinha Kids, Corrida Pet, e as novidades deste ano — corrida de patins e corrida vertical.


Segundo levantamento da Associação Brasileira de Organizadores de Corridas de Rua e Esportes Outdoor (Abraceo), com apoio da agência Esporte & Negócio, as corridas de rua cresceram 29% em 2024 em todo o país.


Atualmente, o Brasil tem cerca de 14 milhões de corredores, o que representa 6,9% da população praticando corrida como forma de cuidado com a saúde.A corrida que motiva o ano inteiro


A Corrida 9 de Julho não é apenas mais uma prova no ano: para muitos corredores, ela representa um momento aguardado com entusiasmo — e um motivo para retomar o ritmo de treinos. É o caso de Thaislla Silva, corredora amadora que vive a corrida por dentro e por fora:


“Gosto demais de participar da 9 de Julho! É a maior corrida da cidade, fico ansiosa o ano inteiro por ela. Sempre é uma experiência incrível.”


No ano anterior, Thaislla não correu, mas viveu o evento de outro jeito:


“Ano passado fui voluntária e tive uma visão totalmente diferente do evento.”


Mesmo com uma pausa nos treinos, ela decidiu voltar uma semana antes da prova, motivada pela vontade de participar:


“Eu já era acostumada a correr, mas tinha dado uma parada. Aí, uma semana antes da prova, comecei a treinar de novo, intercalando os treinos só pra conseguir fazer a corrida de boa.”

Essa relação emocional com o evento é o que transforma a Corrida 9 de Julho em algo além de um desafio esportivo: ela se torna um marco de superação pessoal e identidade coletiva.


Thaislla Silva corre há anos e participa sempre da Corrida 9 de Julho. Mas ela não está sozinha: segundo a FETEC, a prova contou com mais de 12 mil atletas inscritos em todas as modalidades de 2025.De acordo com o prefeito Arthur Henrique, 1.200 vagas para a modalidade de ciclismo foram esgotadas em apenas 20 minutos, um indicativo do crescimento do esporte na cidade. “Vamos trabalhar para aumentar as vagas e melhorar o evento ano que vem’’, anunciou o prefeito.


Voltar a correr é também se recomeçar


O corredor amador Jonathan Silva participa da Corrida 9 de Julho há alguns anos, mas reconhece que a rotina puxada fez se afastar dos treinos. Em 2025, voltou às ruas, mesmo sem estar 100% preparado:


“Fazia tempo que eu não corria, estava sem fazer exercício, sem jogar bola. Esse ano eu fui de novo, já participei outras vezes. Antes, eu fazia 10 km em 52 minutos, esse ano fiz em 1h17 porque fiquei muito tempo parado. Mas eu vou mais pela muvuca, sabe? Pela festa, pelo clima das pessoas.”

Mesmo sem atingir o tempo esperado, Jonathan vê na corrida uma chance de recomeço:


“Fiquei meio decepcionado porque vi que estava mal fisicamente, não conseguia manter o peso, me cansei muito. Mas decidi voltar a treinar, jogar bola, correr mais… para no ano que vem tentar melhorar esse tempo de novo.”


Por que essa fala importa?


A experiência de Jonathan reflete o que especialistas chamam de corrida por experiência, e não apenas por competição. Segundo estudo da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), a maior parte dos participantes de corridas de rua no Brasil não está preocupada com tempo, e sim com saúde, diversão e pertencimento social.


Além disso, dados do Ministério da Saúde mostram que a prática regular de exercício físico, mesmo em intensidade moderada, reduz em 40% o risco de morte prematura e previne doenças crônicas:

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o recomendado são 150 minutos semanais de atividade física moderada, o que equivale a correr ou caminhar cerca de 30 minutos por dia, 5 vezes na semana.


Corrida, saúde e cultura


Foto: Vinícius Santos / arquivo pessoal 
Foto: Vinícius Santos / arquivo pessoal 

Em Boa Vista, a Corrida 9 de Julho não movimenta apenas os corredores: ela aquece a economia local e fortalece a cultura esportiva da cidade.


O evento atrai atletas de diferentes bairros e turistas de fora, o que impacta diretamente setores como hotelaria, academias e comércio de rua. Além disso, é uma oportunidade de lazer e saúde acessível a todos, independentemente da classe social.


O aniversário da cidade transforma a Avenida Ville Roy em um grande ponto de encontro. Por lá, famílias, crianças, atletas profissionais, amadores, pessoas com deficiência e até pets participam do evento, seja correndo, pedalando ou apoiando. A corrida, mais do que competição, torna-se um símbolo cultural dessa data especial.


 
 
 

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