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Chuva nas estradas: o potencial risco de acidentes de trânsito no período chuvoso roraimense

O rigoroso inverno, somado à intensa movimentação de veículos nas rodovias durante as férias e imprudência, resultam em um aumento significativo no número de acidentes 


Por: Lucas Gabriel e Gabriel Mello


Trecho do Km 42 da RR-205 onde o lago transbordou causando o acidente que vitimou cinco pessoas - Foto: Edilson Rodrigues
Trecho do Km 42 da RR-205 onde o lago transbordou causando o acidente que vitimou cinco pessoas - Foto: Edilson Rodrigues

Devido às fortes chuvas que atingem o estado nesta época do ano, o transbordamento de um lago que cobriu parte da RR-205, causou um grave acidente no dia 14 de julho. Segundo informações oficiais, o alagamento da pista causou uma aquaplanagem, fazendo o veículo perder o controle, capotar e cair de ponta cabeça na ribanceira alagada. Infelizmente, todos os ocupantes morreram por afogamento.


Nas primeiras horas da manhã seguinte, no dia 15, outro acidente no mesmo trecho e pelo mesmo motivo, quase terminou em tragédia. Dessa vez, um caminhão que passou pelo trecho alagado, também perdeu o controle e tombou no acostamento submerso. O motorista conseguiu sair do veículo apenas com ferimentos leves.


Acidentes como esses são apenas uma fração de muitos que ocorrem durante esta época. Para aumentar o risco, as férias de meio do ano, somado às festas juninas e festejos no interior do estado, geram uma grande movimentação de veículos em rodovias estaduais e federais. Outro fator que contribui diretamente para o significativo aumento no número de acidentes nas rodovias, são as intensas chuvas. 


“Nós estamos no ápice do nosso inverno aqui em Roraima. Então, a possibilidade de ter muita água sobre a pista é muito grande, tanto nas rodovias estaduais, quanto também nas rodovias federais. A nossa rodovia passa por muitos igarapés. E esses igarapés também transbordam. E aí eles podem tanto danificar pontes, como pode também estar ali sobre a pista. Então, é importante que o motorista dirija com cuidado, com atenção, pois há possibilidade de ter lâminas de água ou até mesmo igarapés ou rios sobre a pista”, alertou o agente da Polícia Rodoviária Federal, Isaías Magalhães.


Legenda: Gueres Mesquita, diretor de Segurança de Trânsito do Detran. - Foto: Edilson Rodrigues
Legenda: Gueres Mesquita, diretor de Segurança de Trânsito do Detran. - Foto: Edilson Rodrigues

Além disso, de acordo com dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), as fortes chuvas nas estradas podem reduzir a visibilidade do motorista em razão do acúmulo de água nos para-brisas, baixa luminosidade e vidros embaçados, por exemplo. 


De forma mais aprofundada pesquisas mostram  que a chuva afeta visibilidade de várias formas:

 reduz a eficiência dos faróis, diminui o contraste e anula os reflexos retrorrefletivos do pavimento e diminui o tempo de resposta e reação dos motoristas. Em alguns casos, a água acumulada nos vidros do carro pode criar situações em que a ilusão de ótica cause uma breve perda de noção de espaço do condutor.


Diante da situação de perigo, o policial rodoviário federal dá dicas de como agir em momentos como esse.


O motorista tem que estar atento a algumas questões relacionadas à chuva na rodovia. Então, no período de chuvas, é importante que mesmo de dia, mantenha os faróis acesos, para que possa ver e ser visto na rodovia. Se a chuva estiver muito intensa, tem que parar o veículo, aguardar num posto de gasolina, num restaurante, numa entrada de uma fazenda, mas nunca no acostamento, porque também é um local perigoso”, explicou o agente.


Legenda: Fiscalização da PRF na BR-174 - Foto: Divulgação/ Arquivo pessoal
Legenda: Fiscalização da PRF na BR-174 - Foto: Divulgação/ Arquivo pessoal


Apesar disso, ainda há quem se arrisque e mesmo assim, dirija em alta velocidade durante as chuvas. Essa é uma das principais causas de acidentes em rodovias durante as chuvas, segundo a PRF. Magalhães cita como exemplo, o próprio acidente da RR-205.


“O veículo ao entrar em contato com a lâmina de água, perde o contato com o solo e a sua aderência. É onde acontece um fenômeno chamado de aquaplanagem. Ele vai perder o contato com o solo, sair de pista e vir a capotar. E dependendo do local onde ele for parar, pode ser ali numa ribanceira, ser num penhasco, em um vale, pode ser num rio, em um Igarapé, pode ter uma tragédia maior como a gente tem visto recentemente aqui no nosso estado”, disse.


Conscientização como aliada da fiscalização


Mesmo com a resistência de muitos condutores em dirigir em alta velocidade, as incessantes campanhas de conscientização dos órgãos de fiscalização de trânsito que atuam nas rodovias de Roraima, alertam aos motoristas sobre risco de tal prática, especialmente após o acidente que comoveu o estado.


Uma das armas que a gente mais utiliza é com certeza a informação. A gente procura enfatizar sempre, massificando aí esses pontos, principalmente com relação ao nosso serviço de educação, para que realmente o condutor se conscientize com relação a esses riscos ao empregar alta velocidade nas rodovias. Então a gente tenta realmente, além da fiscalização, trabalhar a partilha educacional”, explicou o diretor de Segurança de Trânsito do Detran Gueres Mesquita. 


 Ponto de fiscalização com avisos de perig.o de pista inundada - Foto: Edilson Rodrigues
 Ponto de fiscalização com avisos de perig.o de pista inundada - Foto: Edilson Rodrigues

Contudo, mesmo com todos os esforços de fiscalização e conscientização, o ponto de partida principal para uma redução de fato dos acidentes de trânsito em rodovias tem de vir dos condutores.




 
 
 

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