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Ataque silencioso: Casos de AVC acendem Alerta em Roraima! Saiba Reconhecer os Sinais e Salve Vidas

Entre janeiro e março de 2025, o HGR registrou 41 óbitos causados por AVC 


Por: Aline Kadija e Karina Paloma


Entre janeiro e março de 2025, 124 internações e 41 mortes foram registradas em Roraima devido ao AVC. 


Infográfico gerado com auxílio de IA
Infográfico gerado com auxílio de IA

O Acidente Vascular Cerebral, mais conhecido como AVC, é uma emergência médica séria que acontece quando o sangue para de chegar em alguma parte do cérebro. Isso pode ocorrer de duas formas: um vaso sanguíneo entope, impedindo a passagem do sangue, o AVC isquêmico, que é o tipo mais comum, ou um vaso se rompe, causando um sangramento no cérebro, o AVC hemorrágico


Em ambos os casos, a falta de oxigênio e nutrientes rapidamente danifica as células cerebrais, o que pode deixar sequelas graves e até levar à morte. Por isso, reconhecer os sinais e procurar ajuda médica de forma rápida é crucial, pois cada minuto conta para minimizar os danos.


Segundo o neurocirurgião Fabrício Freitas de Almeida o AVC é uma emergência médica e o diagnóstico começa com a avaliação clínica.


Médico neurocirurgião, Fabrício de Almeida - Foto: Arquivo Pessoal
Médico neurocirurgião, Fabrício de Almeida - Foto: Arquivo Pessoal

“O diagnóstico de um Acidente Vascular Cerebral começa a partir do momento em que o paciente apresenta qualquer alteração neurológica. Seja qual for a alteração, mesmo que simples, como uma mudança na sensibilidade no braço ou na perna, um desvio do olhar como estrabismo, ou a pessoa ficar vesga, uma pálpebra caída, tudo isso pode ser um sinal de AVC”, ressalta o neurocirurgião. 


Ele explica ainda que vários sinais e sintomas podem indicar um AVC, por isso é importante estar sempre atento a qualquer alteração no corpo. 


“Existem vários sinais e sintomas que podem indicar um AVC. É importante ressaltar que mesmo alterações sensoriais, como ardência, queimação, ou perda de sensibilidade, assim como a paralisia em qualquer parte do corpo, membros, braços, pernas, boca, olhos, devem levantar a suspeita de um AVC. Além disso, a perda de consciência ou uma crise convulsiva também são indicativos importantes para considerar a possibilidade de um AVC. É fundamental estar atento a qualquer mudança neurológica, pois o diagnóstico precoce é crucial para o tratamento e recuperação”, explica o médico.


O Acidente Vascular Cerebral é um inimigo silencioso, capaz de mudar uma vida em questão de segundos. Claudeci Sousa, de 53 anos, sentiu essa mudança na própria pele. Em 2022, ele foi vítima de um AVC e conta quais os sintomas que sentiu antes do diagnóstico.


Claudeci Sousa - Foto: Arquivo Pessoal 
Claudeci Sousa - Foto: Arquivo Pessoal 

“Eu sentia muita dor de cabeça, sentia meus lábios formigarem diariamente, e o braço e as pernas também apresentavam formigamento. Quando o AVC veio, foi de uma vez só”, descreve Claudeci, lembrando os dias antes do acidente vascular cerebral.


Claudeci é um sobrevivente, mas o AVC deixou marcas profundas que vão além do físico, ele deixou marcas psicológicas. Ele não hesita em expressar a dificuldade da sua condição atual, que considera insatisfatória. Com a voz carregada pela dor que sente diariamente, Claudeci revela que tem medo de um novo episódio. 


“Eu não tenho muito tato na mão, tudo ficou mais difícil, eu não consigo trabalhar e sinto muita dor no corpo todo. O médico disse que se eu tiver outro AVC eu posso ficar acamado, mas eu prefiro morrer de vez, do que ficar em cima de uma cama dando trabalho para os outros”, desabafa deixando claro o trauma que esse tipo de evento neurológico pode causar. 


Ele revela que, apesar de todas as adversidades, a solidariedade tem sido essencial na sua vida. A ajuda de pessoas com “bom coração”, como ele descreve, foi e continua sendo essencial para a sua sobrevivência.


“Sempre tem gente me ajudando”, relata Claudeci. “Me dão cesta básica, alguns colegas me arranjam dinheiro para ajudar a pagar a energia, a água. É assim que vou vivendo com a minha filha, que é especial. É assim que a gente segue a vida”, explica Claudeci. 


Sobreviver a um AVC não significa uma recuperação completa, por exemplo, cerca de 66% dos sobreviventes que tiveram AVC isquêmico precisam de ajuda para realizar suas atividades diárias. Além disso, um em cada quatro sobreviventes pode ter outro AVC, o que reforça a importância da prevenção secundária.


O AVC é uma das principais causas de mortalidade no Brasil, apresentando altos números nos últimos anos. De acordo com dados do Portal da Transparência dos Cartórios de Registro Civil, em 2024, o país registrou cerca de 5 mil óbitos por AVC. Mas, embora o DATASUS aponte 105.173 mortes em 2023, essa variação pode ser atribuída a diferentes metodologias de classificação. No entanto, o AVC permanece na liderança entre as primeiras causas de morte, superando o infarto em algumas pesquisas.


Infográfico gerado com auxílio de IA
Infográfico gerado com auxílio de IA

Ainda que haja avanços na prevenção e tratamento, o Brasil enfrenta diversos desafios. Alguns estudos indicam que, em 2022, o AVC foi responsável por 11 óbitos a cada hora. A Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV) ressalta que o alto número de doenças crônicas não controladas, a dificuldade de acesso a serviços de saúde e a carência de políticas públicas de prevenção contribuem para que o tratamento e prevenção do AVC apresentem dificuldades. A Organização Mundial do AVC projeta um aumento de 50% nas mortes globais por AVC até o ano de 2050, o que reforça a urgência de investimentos em saúde vascular e conscientização sobre os fatores de risco.


O neurocirurgião Fabrício de Almeida explica porque há altos números de internações e mortes por AVC no estado de Roraima. 


Fabrício de Almeida, explicando porque em Roraima existem muitos casos de internações e mortes por AVC. 

A equipe de reportagem e produção, solicitou informações detalhadas sobre o número de homens e mulheres que vieram a óbito ou foram internados devido à doença nos anos de 2023, 2024 e no primeiro semestre de 2025, além da faixa etária dessas vítimas. No entanto, até o fechamento desta matéria, a Secretaria Estadual de Saúde não forneceu as informações solicitadas


 
 
 

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