Primeiros passos no Jiu-Jítsu: como se preparar para o esporte
- Joao Gabriel Grana
- 6 de ago.
- 3 min de leitura
Fisioterapeuta e professor orientam sobre os principais desafios enfrentados por quem começa no esporte.
Por: Mell Maximiana e Ana Rízia

O Jiu-Jítsu, também conhecido como “arte suave”, é uma prática esportiva de origem japonesa que envolve técnicas de imobilização e defesa pessoal. No Brasil, ganhou identidade própria com a atuação da família Gracie, que adaptou e popularizou a modalidade, resultando no estilo conhecido como Brazilian Jiu-Jitsu.
Apesar de sua crescente popularidade e reconhecimento internacional, o esporte ainda não integra o programa olímpico. A principal razão é a ausência de uma federação internacional unificada, uma das exigências do Comitê Olímpico Internacional (COI), além disso, a falta de padronização nas regras é outro fator que dificulta a inclusão da modalidade nos Jogos Olímpicos
.
Ainda assim, o Jiu-Jítsu tem ganhado espaço em academias e centros esportivos no país, atraindo praticantes de diferentes perfis que, ao iniciarem na modalidade, lidam com dúvidas e desafios característicos do processo de adaptação a uma nova atividade física.

O caso de Bernardo Lima, de 7 anos, ilustra alguns dos desafios enfrentados por iniciantes. Praticando Jiu-Jítsu há cerca de seis meses, ele ainda está em processo de adaptação e segundo sua mãe, Emily Regina, que o incentivou a começar os treinos, o início foi complicado.
“Ele pedia para sair com frequência e, às vezes, saía chorando do tatame. Foi um período difícil”, relata.
Assim como a experiência de Bernardo, o período de adaptação a um esporte pode ser desafiador. Para quem está começando ou pensa em iniciar no Jiu-Jitsu, esse processo precisa ser acompanhado de alguns cuidados.
O fisioterapeuta esportivo, Ítalo Menezes, explica que por ser uma modalidade com alta demanda física, é fundamental preparar a musculatura e as articulações antes dos treinos.
Quanto ao risco de lesões, ele afirma que como em qualquer esporte de contato, o Jiu-Jitsu apresenta riscos, principalmente entorses nos joelhos e tornozelos, lesões nos ombros e dores na coluna. Para minimizar esses riscos, Ítalo orienta a importância de um aquecimento dinâmico e alongamentos antes do treino.
“A adaptação aos treinos deve ser progressiva, evitando excessos nas primeiras semanas.”, alerta.

Além disso, ele destaca que sono e hidratação adequada fazem diferença na performance e na prevenção de lesões.
Para o professor Alberto Guimarães Mucajá, que atua como treinador há 26 anos e preside a Federação de Jiu-Jítsu de Roraima, o desenvolvimento na modalidade exige regularidade e disciplina. Segundo ele, a prática constante é fundamental, especialmente nos primeiros meses de treino, quando muitos ainda estão se adaptando à rotina e às exigências físicas do esporte.
Mucajá reconhece que o custo inicial, especialmente com a compra do kimono, pode ser um entrave para iniciantes. No entanto, destaca que algumas academias disponibilizam aulas experimentais, o que pode ajudar quem deseja começar.
Com a ampliação da base de praticantes e o interesse crescente por modalidades de artes marciais, o Jiu-Jítsu segue em expansão no país. A ausência de reconhecimento olímpico ainda representa um entrave, mas não impede que o esporte ganhe novos adeptos e se fortaleça localmente.




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