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Plantando futuro: ação ambiental transforma o igarapé Caranã em símbolo de recuperação e conscientização em Boa Vista

Ação conjunta de reflorestamento transforma área urbana de Boa Vista, une instituições e promove cidadania ambiental


Por Vinícius Santos Picanço


Ação conjunta entre moradores e instituições promovem conscientização na preservação do meio ambiente. Foto: Vinícius Picanço / Arquivo pessoal
Ação conjunta entre moradores e instituições promovem conscientização na preservação do meio ambiente. Foto: Vinícius Picanço / Arquivo pessoal

Moradores do bairro Caranã, estudantes da Universidade Federal de Roraima (UFRR) e servidores do Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR) e do Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR) se uniram em uma ação ambiental inédita: o plantio de mudas de espécies nativas da Amazônia nas margens do igarapé Caranã, na zona oeste de Boa Vista. A ação faz parte de um esforço conjunto para recuperar áreas degradadas, promover educação ambiental e contribuir para o combate às mudanças climáticas no estado mais ao norte do Brasil.


Por que o Igarapé Caranã?


Com a expansão da área urbana e ocupações irregulares ao redor do igarapé, o local sofreu intensa degradação ambiental. O descarte irregular de lixo, ligações clandestinas de esgoto e desmatamento das margens contribuíram para a poluição da água, agravada durante o período de chuvas. Essa poluição pode causar sérios riscos à saúde pública, como doenças de veiculação hídrica (cólera, diarreia, hepatite A, leptospirose, entre outras).


A educação socioambiental é uma ferramenta poderosa para engajar comunidades urbanas e rurais na defesa do meio ambiente. A cartilha da CAERR, elaborada em parceria com o ACNUR, mostra como pequenas ações diárias podem gerar grandes transformações.


A importância do plantio


professor Diego Souza do curso de agronomia explicando a ação para alunos, moradores e servidores. Foto: Vinícius Picanço / Arquivo pessoal
professor Diego Souza do curso de agronomia explicando a ação para alunos, moradores e servidores. Foto: Vinícius Picanço / Arquivo pessoal

Durante a ação, foram plantadas mudas de anjico, jatobá e ipê, espécies nativas que ajudam a restaurar a mata ciliar, proteger o solo contra a erosão, melhorar a qualidade da água e aumentar a biodiversidade local.

Segundo o professor Diego Lima de Souza Cruz, do curso de Agronomia da UFRR:


“O Igarapé Caranã sofre com poluição, balneários e fossas irregulares. Plantar árvores nesse trecho ajuda a proteger o solo, filtrar as águas e recuperar o meio ambiente da cidade.”


Ele reforça ainda que o trabalho é também educacional e simbólico:


“Esse trabalho vira uma vitrine, vira inspiração para outras ações que podem vir depois dele.”


Educação ambiental e protagonismo jovem


Alunos da universidade federal plantando mudas da Amazônia. Foto: Vinícius Picanço / Arquivo pessoal
Alunos da universidade federal plantando mudas da Amazônia. Foto: Vinícius Picanço / Arquivo pessoal

A ação também tem caráter pedagógico. Estudantes da UFRR participaram diretamente da atividade, colocando em prática os aprendizados sobre sustentabilidade e manejo ambiental. Além disso, moradores da região também se engajaram, como destaca Danieli Tupinambá:


“A gente mora num clima muito quente e só tiram as árvores. Precisamos plantar e substituir para conservar nossa biodiversidade e amenizar os efeitos das mudanças climáticas.”


Conexão com a Política Carbono Zero do CNJ


Essa atividade se integra à Política Carbono Zero do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que visa conter os efeitos das mudanças climáticas por meio de práticas sustentáveis nas instituições públicas. Ações como o plantio de árvores são parte dos compromissos assumidos pelos órgãos do judiciário brasileiro para reduzir a emissão de gases do efeito estufa até 2040.


O papel das instituições


O evento foi promovido de forma colaborativa pelas seguintes instituições:


  • TJRR, por meio da Coordenadoria de Gestão Socioambiental;

  • TRE-RR, por meio do Comitê de Sustentabilidade;

  • UFRR, através de docentes e alunos da Agronomia;

  • Apoio da comunidade local, servidores públicos e lideranças ambientais.


O que mais pode ser feito?


A restauração ecológica do Caranã é um passo inicial. Os próximos desafios envolvem:


  • Fiscalização contínua das áreas de preservação;

  • Educação ambiental nas escolas da região;

  • Monitoramento da qualidade da água e da flora;


Estímulo a ações semelhantes em outros igarapés urbanos de Boa Vista (como o Igarapé Mirandinha, Pricumã, Caxangá etc).


Mudas de plantas de origem da Amazônia. Foto: Vinícius Picanço / Arquivo pessoal
Mudas de plantas de origem da Amazônia. Foto: Vinícius Picanço / Arquivo pessoal

A ação no Caranã é uma ação social de restauração ecológica urbana. De acordo com o Manual Prático de Reflorestamento da Pequi Ambiental, reflorestar não é apenas plantar árvores: é restaurar um ecossistema inteiro. Técnicas como nucleação, plantio misto e uso de espécies nativas contribuem para atrair fauna, melhorar o microclima e aumentar a biodiversidade local.


Ação ocorrendo às margens e pelas proximidades do igarapé. Foto: Vinícius Picanço / Arquivo pessoal
Ação ocorrendo às margens e pelas proximidades do igarapé. Foto: Vinícius Picanço / Arquivo pessoal

Iniciativas como essa conectam ciência, cidadania e política ambiental, mostrando que a recuperação de áreas degradadas exige planejamento, acompanhamento técnico e envolvimento da comunidade.




 
 
 

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