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Empreendedorismo Feminino: A importância da presença de mulheres no cenário empresarial roraimense

Empreendedoras contribuem cada vez mais para o desenvolvimento do estado.


Por: Jhennifer Silva


O empreendedorismo feminino vem ganhando cada vez mais destaque no Brasil e em Roraima não é diferente. Dados disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) mostram que no período de 2020 a 2024, houve um aumento da presença feminina no ramo do empreendedorismo no estado.


Com variações de até 6,3% entre os últimos cinco anos, o empreendedorismo feminino teve seu ápice em 2021, quando 25,9% dos empreendimentos em Roraima eram liderados por mulheres. 


Porcentagem de empreendimentos femininos no estado. Dados: IBGE – Gráfico: Jhennifer Silva
Porcentagem de empreendimentos femininos no estado. Dados: IBGE – Gráfico: Jhennifer Silva

Além de incentivar mudanças sociais no cenário empresarial, o empreendedorismo feminino impulsiona o potencial empreendedor e aquece a economia local. 


O economista Eckner Oliveira atua na área há mais de dez anos e ressalta como empresas chefiadas por mulheres contribuem para o desenvolvimento do estado:


“Além da geração de renda e empregos, o empreendedorismo feminino contribui também com a diversificação econômica e na redução da desigualdade de gênero.”


Na oportunidade, o economista destacou a importância de procurar auxílio adequado na jornada empreendedora:


“Buscar apoio a instituições que fomentam este segmento, como o Sebrae Roraima, Governo do Estado e a Prefeitura de Boa Vista, que oferecem produtos direcionados para mulheres empreendedoras. O Sebrae mesmo disponibiliza um fundo garantidor de crédito com 100% de aval para empresárias”, destaca Eckner.


Eckner Oliveira, economista. Foto: Arquivo Pessoal.
Eckner Oliveira, economista. Foto: Arquivo Pessoal.

Além do fundo de aval, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Roraima – Sebrae/RR, oferece projetos setoriais específicos para áreas de empreendimento. Um deles é o ‘Sebrae Delas’, que oferece capacitações, consultorias e workshops para mulheres empreendedoras acompanhadas pelo programa.


A gestora estadual do Sebrae Delas, Kamyla Brasil, destaca o diferencial do projeto:

“O Sebrae Delas é um projeto exclusivo para mulheres empreendedoras e mulheres que querem empreender mas não sabem por onde começar. É um projeto que abraça mulheres que ainda estão na informalidade e as que já estão formalizadas e buscam conhecimento.”


Questionada sobre quais são os principais desafios enfrentados por mulheres no empreendedorismo, Kamyla destaca dois principais: 


“As maiores dificuldades que encontramos hoje estão em dois pontos: o primeiro é que muitas delas ainda estão na informalidade e muitas das vezes é por falta de conhecimento; de como faz para se formalizar; quanto custa ser MEI que é o primeiro passo, então ainda temos uma quantidade muito grande de mulheres empreendedoras na informalidade.”


Segundo um relatório de dados feito pelo Sebrae Roraima com informações do PNAD/ IBGE, a porcentagem de negócios liderados por mulheres que possuem registro no CNPJ comparada à informalidade é muito baixa, cerca de 4 em cada 5 mulheres empreendedoras atuaram de maneira informal no período de 2020 a 2024.


Porcentagem de (in)formalização de negócios femininos no período de 2020 a 2024. Dados: Data Sebrae – PNAD/IBGE. Gráfico: Jhennifer Silva
Porcentagem de (in)formalização de negócios femininos no período de 2020 a 2024. Dados: Data Sebrae – PNAD/IBGE. Gráfico: Jhennifer Silva


“O segundo ponto é a falta de acesso ao crédito, no quesito de trazer investimentos e capital de giro. Uma coisa puxa a outra, porque enquanto a empreendedora está na informalidade, ela não consegue criar um relacionamento financeiro com as instituições e consequentemente acaba não conseguindo ter acesso ao crédito, por isso a importância do CNPJ para empreender com segurança”, alerta a gestora.


Kamyla Brasil, gestora estadual do Sebrae Delas. Foto: Jhennifer Silva
Kamyla Brasil, gestora estadual do Sebrae Delas. Foto: Jhennifer Silva

Na grande maioria dos casos, as mulheres empreendedoras trabalham sozinhas, isto é, não assumem papel de empregadora, mas produzem seus próprios produtos e os comercializam sem contratar funcionários. 


O relatório de dados sobre empreendedorismo feminino disponibilizado pelo Sebrae Roraima, mostra que de 2020 a 2024 quase 100% das empreendedoras atuaram sozinhas. Apesar de políticas de incentivo, aumentar o percentual de mulheres empregadoras tem sido um desafio.



Percentual de empreendedoras que atuam sozinhas. Dados: Fonte: Data Sebrae – PNAD/IBGE. Gráfico: Jhennifer Silva
Percentual de empreendedoras que atuam sozinhas. Dados: Fonte: Data Sebrae – PNAD/IBGE. Gráfico: Jhennifer Silva

No entanto, isso não é um empecilho para o sucesso na jornada empreendedora. O economista Eckner Oliveira ressalta que o importante é ter um bom planejamento: 


“É crucial que a empresária tenha um planejamento empresarial e financeiro, como elaborar um plano de negócios, analisar dados de mercado e assim ter uma estratégia sólida.”


Um exemplo disso é Valdeniza Bezerra, empreendedora há mais de 3 anos produz molhos de pimentas na cozinha de sua casa e os comercializa por meios digitais e presenciais, tudo sem contratar serviços de funcionários.


Com planejamento estratégico e acompanhamento adequado, Val, como é conhecida, já realizou diversas conquistas na caminhada empreendedora. Vice campeã nacional na categoria Microempreendedora Individual do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, ela compartilha como empreender mudou sua vida:


“Empreender mudou tudo, passei a entender muitas coisas de uma forma profunda e transformadora. ‘Daval Alimentos Amazônicos’ não é apenas uma fonte de renda, mas um propósito que me conecta com as minhas raízes. Empreender me deu voz, liberdade, me deu autoestima e coragem para reconstruir.”


Considerada uma inspiração por muitos ao seu redor, Val Bezerra finaliza incentivando outras mulheres: 


“Para incentivar as mulheres eu digo: começa, depois vai melhorando. Busque parceiros que possam te auxiliar e fazer com que você entenda o seu negócio. E se você tem medo, empreenda com medo mesmo, porque é assim que a gente empreende e é com medo que a gente vence. Eu venho vencendo todos os dias, então só comece, depois melhore”,  finaliza a empreendedora.


Valdeniza Bezerra, empreendedora. Foto: Jhennifer Silva.
Valdeniza Bezerra, empreendedora. Foto: Jhennifer Silva.

Com essa e outras histórias, o empreendedorismo feminino em Roraima se consolida como um espaço de superação e geração de oportunidades. Garantir acesso a capacitações e demais acompanhamentos é fundamental para que esse público continue a contribuir com o desenvolvimento econômico e social do estado. 



 
 
 

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